terça-feira, 5 de junho de 2012

AL

Estremeço. Ao toque, ao olhar, à voz. A ti. Estremeço aqui e ali. Até onde nem sabes que estou nem tão pouco a estremecer. A saudade é invisível ao olhar. Parece que vais cuidar de mim quando viajar para o outro lado. Frio e distante esse local. Quem dera que conseguisse adormecer sem tremer, numa velhice tão jovem, tão minha. Neste sorriso que vejo calo-te num beijo e dou-te a mão. Vejo-te em mim. Estremeço. E não te vejo com o olhar!

domingo, 25 de setembro de 2011

http://www.youtube.com/watch?v=8HUIZDGr9w0&feature=related

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Falemos de ti!
De ti, como pessoa. De ti, como alma. De ti, como amor, com amor.
Apareceste. Passaste. Vieste. E foste.
O que não sabes é que afinal ficaste. A falta de coragem, a minha, fez com que fosses.
A falta de maturidade fez com que errasse. A falta de tanto de mim fez com que ficasse sem ti.
...A tua alma, a tua pessoa, as tuas recordações num sorriso, apenas num sorriso. A tua forma de ser, tão própria, tão tua. Tanto de ti.
Era tempo de te escrever. Tempo de te deixar nesta carta sem selo para que nunca a lesses. Tempo de não estragar o tal amor, o meu, silencioso. Escrevo-te para não me leres.
Levo-te no silêncio das minhas palavras. Levo-te entrelaçada no meu peito.
E se um dia te cruzares com os meus ditos deixa-me voltar a fazer-te sorrir. Porque permaneceste e porque estarás em mim e serás o meu amor. O primeiro. O grande amor.
Com os olhos a brilhar escrevo o que poucas vezes disse. Amo-te…
E se o amanhã não vier, não te esqueças que no meu silêncio grito o que a falta de coragem não me deixou dizer-te.
PRS - 6/7/11Ver mais

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Liga Europa - O desenrasque


Somos Grandes… Mestres em desenrascar.
Fazemos mais com menos. Fazemos melhor com menos qualidade de mão de obra. Fazemos tanto ou mais do que aqueles que pensam serem melhores…
Esta podia ser a leitura da Liga Europa e dos clubes portugueses.
Começando pelo Braga… Já não pode ser surpresa. Plantel vasto, reforçado e com muito samba derrotou Celtic, Sevilha e esteve no Liga dos Campeões. Voltou a brilhar contra o Arsenal mas caiu contra os ucranianos… Na Liga Europa, com um plantel pequeno (mais guerreiros), com Domingos Paciência a rodear-se dos seus, a ganhar o grupo de trabalho e continuou o caminho das vitórias. E cada uma era uma goleada. Lech Pozman, Liverpool e Dínamo de Kiev. E três meses de salário de Schevechenko pagam um ano de todo o plantel do Braga.
Desenrascou com Paulo Cesar na defesa, com Vandinho a central e voltou a vencer. Cerraram os dentes, verteram lágrimas de sofrimento, sorriram na adversidade da bola não entrar e golearam num empate a zero. Grande Domingos que no final deixou o plantel festejar com os adeptos e só passado a primeira ovação se juntou evidenciando que os artistas foram os jogadores. Grande Domingos que continua a marcar golos, agora sentado no banco (parece o Nuno Gomes que ainda joga). Grande Domingos que demonstrou que Portugal é mais que o Porto, Benfica e Sporting de Lisboa. Grande Domingos que sabe saborear o trabalho que tem e não foi por herdar jogadores, um grupo ou um staff. O mérito é da estrutura mas muito da Paciência e sabedoria que tem no banco de suplentes. Um desenrasque que vale as meias finais históricas!
O Benfica lá se desenrascou na Holanda. À semelhança do nosso nobre povo. Entrou de sapatinho de verniz, de fatinho e os holandeses de manga curta marcaram dois golos. Tremeu, como trememos nós com o FMI. Tremeu a Águia que podia desaparecer com aconteceu com aquela a quem apelidaram de vitória. Tremeu como a chiclet de Jorge Jesus, mastigada ou mascada de forma violenta e de boca aberta!
Antes do intervalo apareceu um super Luisão. Corpo esquisito, cabeça única em jeito de parafuso mas um golo que deixava Jesus a por de lado as orações. Foi um golo que parecia uma sauna para os encarnados vestidos de branco. E o Benfica desenrascou-se e na segunda parte César Peixoto fez de Coentrão, Roberto fez de Helton ou Artur Moraes e o Benfica não comprometeu. Depois de uma grande época o ano passado, depois de perder o campeonato e de uma má Liga dos Campeões, o Benfica cumpre na Liga Europa. E agora com o Braga?
Já o Porto passeou. Foi ao Kremlin de visita. Desenrascou-se logo na primeira mão. Venceu e convenceu. Villas Boas sabendo disso não abdicou dos melhores na Rússia e voltou a vencer. Cria objectivos atrás de objectivos porque parece o Pacman… come e come e come praticamente tudo, Melhor ataque no campeonato sem saber o que é perder. Melhor ataque na Liga Europa, Falcao em grande e os outros que são tão grandes como Falcao fazendo um grupo unido voar bem alto.
Desenrascou-se Pinto da Costa depois do “barrete” Jesualdo e da sua teimosia. Desenrascou-se com o “puto” Villasboas que retira muito de bom de Mourinho mas que cria a sua marca. Mais do que Braga e o Benfica, o Porto demonstra que o desenrasque está mais que preparado e daí parecer uma equipa alemã de tão fria que é por vezes.
Ora agora temos a final antecipada. Porto – Villareal é a junção de duas das melhores, senão as melhores, equipas da Liga Europa. Na outra, um prémio para os portugueses do “desenrasque” que estão a dois jogos da final. E Dublin afinal está tão perto.
Um nota final para o Sporting de Lisboa, que perdeu no desenrasque do último minuto. Que perdeu por desenrascar da pior forma defendendo e não sabendo que o desenrasque faz-se para a frente e não para trás. E no desenrasque, este só acontece da melhor forma se a confiança estiver em alta…
A outra nota é para os adeptos. País em crise, gentes desanimadas, Governo de gestão e o Futebol de salvação. E os adeptos, como os de Braga ontem, demonstram que ser bairrista é mais do que uma regionalização qualquer…é um estado de espírito e uma união mais que precisa para o País. Vamos ser regionais na Europa e seremos mais Portugal… do que o Portugal do desenrasque!

terça-feira, 29 de março de 2011

Air ou Hair WHITE. Only white

Pequenas palavras partidas… pois sentir não é mostrar. “Dar não é sentir, é morrer em paz”…em paz! Como o cachimbo do Gabriel O Pensador… também sem ser entendido, na paz.
Sentir é sentir. É como uma dor, como uma lufada de ar fresco na cara ou até como um sorriso “roubado”.
Toco guitarra com duas cordas partidas, com espaço para uma delas. Com espaço para ti.
Recordo os velhos tempos… e tornam-se fáceis sem deixar entrar, sem deixar sair. De mim.
Hoje serei conduzido por ti. Irei procura-te onde só te sabes esconder…podes-te perder mas chegas sempre ao teu esconderijo. Teu e meu.
Parece uma tourada, sabes? Parece um senhor com um pano na mão, sempre a pisar o risco e com o risco sobre ele. Não é um, são dois…dois riscos em jeito de cruz, tal e qual a que carrego com se fosse cristão, como se fosse crente. Tal e qual o X.
Agora um beijo e volto. Um beijo e volto como no monopólio até à casa de partida. Até ao inicio de tudo. Um beijo, um sabor, uma recordação. Uma imaginação e tanto de ti.
Olha, pode ser ali perto da areia como da última vez. Como se fosse um fotógrafo a dizer mais para a direita, chega para o meio ou tens que flectir assim. A última das últimas em que não estávamos em nós. A duas vozes. Em dois pedacinhos ficamos. Ou a tal viagem para te levar a uma procissão. Não escondida essa.
Era de dia, lembraste? Tão dia como se eles ainda estivesse com poucas horas. A mover-se na cama a espreguiçar-se. E não me vês.
Posso ir agora?
Deixas-me ir para onde vim? De onde fui?
Sobre a minha pele. Esburacada. Sob a minha pele. E eu nem sei porquê.
Cuidado com os vizinhos… eras capaz de dizer. Desliga o carro, não faças barulho, desliga as luzes ou coloca a música mais baixo. Deita-te ao rio nessa caravela sem boiar.




Estou todo vestido de fado. Com a voz mais aquecida, mais rouca, mais gasta como os cabelos que me cobrem.
Tudo o que disseste um dia está cá, palpável, marcado. Sob a pele, sobre a pele…
Sim, capitão! Sou a sombra de mim mesmo. Sou o preto reflectido na calçada.
Seguro-te nas minhas mãos. Deixo-te a beijar o sol que bate em ti como sorriso que trazes.
Vem com cuidado. Vem devagar. E não me fales da revolução. Fala-me antes de ti. Dos belle and sebastian… The foolish boy that I am…
E sabes, já falaste tanto e até parece que não te ouvi. O que vale é que eu vi que sou capaz. Aparece assim. Aqui, ali. Aparece. Porque trago a solidão na minha voz e calo-a a cantar!
Com diz o dito popular…”a saudade mais do que um crime, é um castigo!”

domingo, 20 de fevereiro de 2011

a ver

http://www.youtube.com/watch?v=SY6j15s63ko

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tempo


Tempo…
Invisível esse tempo quando gostamos.
De repente, o tempo deixa de ser tempo, deixa de ser hora, de ser sol, de ser tempo. Deixa de ser, apenas.
Na tua mão, não te conseguirás esquecer de mim.
Quero acreditar, como te lembrarás de um refrão que fica no ouvido… que me lembras. Que me vives, ainda.
Troca, dirias. Como se estivesses a ver teatro, do bom, comigo. Como se fosse num muro escondido, num livro lá longe em que nos lêem… como se o verde à volta fosse mar, fosse praia, fosse nosso.
“Oh Sara, anda para dentro que se faz tarde, agora que continuas ao frio, distante de mim”, disse-o...mas tu deixaste de me ouvir. Escondeste lá longe, onde ainda te vejo, carpindo a mágoa de me aquecer sozinho na fogueira.
E eu sempre ouço a música com batida brasileira, devagar devagarinho como diria o Martinho da Vila, batida suave, rosto descrito nas palavras dela, a cantora, que deixa um “zumbido” de saudade, de solidão.
Olhaste para mim com vergonha, lembraste? Achei o frágil engraçado, mas agora é tempo de seres forte. Foste e não vens. Foste e permaneces. Foste, simplesmente.
Brindarei com chocolate a tua ida. Brindarei com doçura a tua permanência. Brinda também!